Amós Oz (Jerusalém, 1939-2018) foi mais do que um talentoso escritor. Através de seus romances, contos e ensaios ele falou sobre o imprescindível respeito que os seres humanos devem ter uns pelos outros, para além de seus credos (em amplo sentido). Legou-nos obras como “A Caixa Preta”, “Judas”, “De Amor e Trevas”, “Mais de Uma Luz”, “A Pantera no Porão”, “Entre Amigos” entre dezenas de outras. Filho de judeus europeus que imigraram para o território onde viria a ser criado o Estado de Israel em 1948, teve a infância marcada pelo eventos que ocorreram durante o período de protetorado britânico e que se desdobrariam em conflitos intermináveis com os povos árabes que ali viviam antes da chegada dos israelitas. Defensor do direito à vida e empreendedor da busca de justiça, nunca aprisionou-se na exclusividade da defesa da existência de um país judaico, embora concordasse com a necessidade disso. Foi capaz de refletir sobre as condições e direitos daqueles que, em princípio eram vistos como inimigos, os palestinos. Abominou o fanatismo como um mal que cega e dissolve as bases da civilização. Censurava-o onde o identificasse, sem fidelidades nacionalistas ou religiosas. Enxergou as difíceis contradições que podem surgir na luta por mundos melhores. Não se furtou a elas. Viu nas negociações pacíficas a única maneira de resolver os ódios precariamente vestidos por ideologias. Tratou das complexas forças humanas que impulsionam para a destruição sob inúmeros disfarces. Enalteceu os esforços também humanos que tentam barrar esta destrutividade primitiva e desprovida de sentidos consistentes. A paz por que bradou incansavelmente nada tem de escapista e é oposta à pusilanimidade. Seu sobrenome de nascimento não era Oz, mas sim Klausner. Se alguém ficar curiosos sobre as circunstâncias da troca de sobrenome pode levar em conta que Oz significa força e que isto acabou por representar uma retificação, para adequar o nome à pessoa. Oz foi um forte. Delicado, reflexivo, criativo, generoso, corajoso, crente em difíceis e cambiáveis verdades, talvez bondoso. Um forte.
AMÓS OZ

Luís, eu tive a honra de ouvi lo, em uma das FLips em Parati, eu adoro os livros dele. Nas profundezas do bosque dele é tbem um livro memorável! Como todos. Além disso ele era um militante sério e contumaz da paz. Não perdia nenhuma oportunidade de abrir a boca para se posicionar pacífica mas firmemente.
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Obrigado por comentar querida Eroy
Bjs
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Faltará. Especialmente nessa possível aproximação, Brasil Israel.
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Concordo Jonas.
Obrigado por comentar
Feliz 2019
Um abraço
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Gosto muito da obra de Amós Oz. Meu livro preferido é ‘De amor e trevas”, uma autobiografia.Conta sua vida de criança e o doloroso suicídio da mãe, vítima de depressão.
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Também gostei muito desse livro
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