Magda Portal (Lima, Peru, 1900-1989) brilhou muito durante sua vida. Poeta sempre e ativista política em muitos momentos. Órfã de pai desde o início da infância viu a derrocada financeira de sua família composta principalmente de mulheres. Começou a trabalhar bastante jovem enfrentando os preconceitos que tolhiam a autonomia feminina. Lutou contra a pobreza e tornou-se sagaz intérprete de seu mundo, micro e macro. Foi especialmente sensível quanto aos sentidos dados à participação da mulher na vida pública e privada. Participou dos movimentos que abriram caminho para a instauração do direito de voto das mulheres. Inteligentemente, demonstrava que o necessário trabalho feminino deveria ter o mesmo valor do masculino. A mulher não deveria submeter-se ao controle dos homens. Causou polêmica quando divorciou-se do marido para casar-se com o cunhado. Tornou-se militante de um partido peruano de esquerda, o APRA, e rompeu com ele quando ficou claro que as mulheres não poderiam ter voz ativa em suas decisões internas. Esteve presa 500 dias por atividades políticas esquerdistas. Exilada e retornada, acabou por afastar-se da política e dedicar-se exclusivamente à poesia. Foi reconhecida como representante maior da poesia latino-americana. Hoje, pouca gente a conhece fora do Peru. Escreveu lindos poemas. Beleza concentrada em poucas palavras bem dispostas. Intensas. O poema abaixo, parece representar bem o seu trabalho:
Horizonte bordado de
Esperanças
Sem desenhar