Entre várias possibilidades de se definir o termo “conceito”, há aquela que o considera uma “unidade de conhecimento” dotada de abrangência suficiente para encerrar uma ideia, de modo coerente e claro, num determinado contexto (que frequentemente presume tempo e espaço). É uma espécie de ferramenta semântica. Um dispositivo possibilitador da significação e operação dos objetos do conhecimento. É a cognição que se libertou dos elementos senso-perceptivos. Possibilita as generalizações. Implica capacidade para a abstração e é imprescindível para a formação de juízos e raciocínio, para o pensamento (herdeiros da força vital do conceito). Deste modo, pode ser pensado como produção e produtor da mente. Muitos conceitos não se cristalizam (se é que isto é possível com algum). Não se completam de maneira definitiva. Tendem à transformação contínua, enquanto evoluem através dos processos de construção cognitiva. Conservam uma provisoriedade que lhes confere vida. A vida dos conceitos mantém-se através da verdade que podem carrear. Esta verdade os legitima e os põe em movimento constante. Sua plasticidade potencial confere-lhes a vitalidade. Instrumentos de saberes, devem viajar até os limites destes. Quanto mais próximo seu grau de parentesco com a verdade, mais contribuem para a interminabilidade da tecitura do conhecimento. E assim podemos navegar para apre(e)nder a instabilidade do mundo.
Abaixo, obra de Giorgio de Chirico (Grécia, 1888 – Itália, 1978) – Movimento “Pintura Metafísica”