Em política, as expressões Direita e Esquerda surgiram na França durante o período ântero-posterior à Revolução Francesa. Na Assembleia Nacional, sentavam-se à direita do rei a nobreza, o clero e seus apoiadores e, à esquerda os representantes populares, em grande parte defensores dos interesses burgueses e até certo ponto solidários, neste momento, com as camadas desfavorecidas da população em suas terríveis mazelas. Apareceram também as adjetivações Centro e derivados. Como de hábito, as pessoas tendem a ir repetindo termos e conceitos mesmo quando já não sabem com precisão o que querem dizer ou passam a dar-lhes sentidos particulares. Atualmente discute-se muito a validade de os indivíduos e grupos abrigaram-se nessas “etiquetas”, para afirmarem o que pensam e fazem. A evolução, não só dos conceitos que compõem as ideologias, como dos contextos em que se dão os “jogos” políticos, levou a tantas mudanças, a tamanha complexidade das relações sociais, a tanta diversidade e tão rápidas mudanças de cenários sociais que talvez não se possa mais resumir a caracterização do pensamento e das ações políticas, pessoais ou coletivas, com denominações tão simplistas como “estes são de esquerda e aqueles de direita”, etc, exceto para os radicais. Mesmo assim, é preciso ter cuidado, pois radicalismo pode estar aquém e além destas posições políticas. A cultura política está se transformando aceleradamente em função de exigências das realidades, que não cabem mais em formas reducionistas de análise. Há muita polêmica entre teóricos das ciências sociais e políticas sobre a importância de se continuar usando estas categorizações. Alguns consideram-nas anacrônicas e inúteis, quando não deletérias. Outros vêm sentido em sua preservação e constante revisão. Possivelmente, uma mesma pessoa ou sociedade possam pensar e agir, num mesmo período de tempo, em consonância com maneiras passíveis de serem designadas como de esquerda, de direita, ou de variantes, conforme os referenciais adotados e em relação a questões distintas, se optarmos por usar as definições convencionais. Não valem a pena as cristalizações e fidelizações irrevogáveis. Talvez seja mais relevante esperar que pessoas e grupos definam com clareza seus valores, projetos, desejos, concepções de mundo e, especialmente, que pratiquem ações coerentes com o que dizem, do que o “encaixotamento” em qualificações limitantes e talvez ilusórias. Vale reforçar que não há aqui pretensão de diminuir a importância de as pessoas afirmarem o que creem ser justo, injusto, certo, errado, prioridade/não prioridade, para si mesmas e para as sociedades em que vivem. Isto é fundamental. Assim como é imprescindível a revisão incessante daquilo em que se crê. Além disso, não se pode deixar de estar sempre avaliando criticamente os resultados objetivos de atos decorrentes de ideais ou concepções teóricas.
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Excelente.bjo Alda
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Muito obrigado Alda.
Bj
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