Há diferentes estímulos para o pensamento, para dar largueza e acuidade à percepção da realidade. São várias as formas de robustecer a fundamental capacidade de construir interrogações e de ser resiliente ante a constatação das limitações e provisoriedade do conhecimento. Fortes são as pessoas que não se escondem do que ignoram. Frutificam mais aqueles que não camuflam a insuficiência dos saberes que os estrutura. Entre as atividades que enriquecem o pensar e o sentir o hábito de leitura deve ser considerado.
Leituras que promovam reflexão, que informem com fidedignidade e ampliem as possibilidades de interpretação do que acontece dentro e fora do leitor enriquecem-no, auxiliam na conquista de um tipo precioso de liberdade.
É mais livre aquele que pode pensar com amplidão, arranjar e rearranjar ideias. Com isto há maiores chances de se ter maior cota na autoria das próprias opiniões. Respira-se melhor fora das “caixinhas”. Bem-aventurados os que não precisam aderir a fórmulas prontas sobre qualquer tema, os que podem partilhar ideias sem a obrigação da fé cega e que dispensam a faca amolada nas interações com outros. Admiráveis aqueles que não se abrigam em seitas, abdicando de parte vultosa de si mesmos. Há felicidade na autonomia do pensar. É dignificante resistir às tentativas cometidas por tantos de subjugar pela restrição e formatação da capacidade individual de entendimento. São comuns as manobras para induzir pessoas a lutarem pelo que não ponderaram com profundidade. É preciso desenvolver a habilidade de manejar ideias e elaborar conclusões, como processos incessantes. Talvez seja bastante sedutora a adesão a concepções de mundo prontas, mas isto pode custar muito, pode custar direitos cuja importância não é corriqueiramente aquilatada, pode levar pessoas a funcionarem como peças de engrenagens de um maquinário que desconhecem.
Adquirir conhecimento e exercitar as habilidades reflexivas além de enriquecer, tende a proteger. Ao ler, o leitor lê algo do mundo através do olhar de outros, acrescenta novos elementos aos que já possui, amplia-se. Isto pode se dar através de ficção, não-ficção e de poesia. Há muito a ganhar. É desejável a fartura e a diversidade do que se lê. O que é novo e estranho deve ser bem-vindo para a consideração pelo intelecto.
Autonomia total de pensamento certamente é uma ilusão, todos somos de algum modo, mesmo que temporariamente, em alguma medida, “colonizados”. Todavia, a busca de liberdade de pensamento irmana-se com a de justiça. E isto passa pelo direito e dever de cada um de alargar, aprofundar e refazer constantemente o entendimento do mundo, que é complexo e plástico. Entrar em contato com a pluralidade de pontos de vista, de significações, de estéticas é um caminho.

Meu caro, subscrevo inteiramente. Um Feliz Natal para si e todos os seus. Um abraço desde cá, do frio !
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Muito obrigado
Um Natal muito feliz e que 2025 seja um bom ano para você e seus familiares também! Grande abraço!
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