Na mitologia grega os deuses eram representações dos homens em todos os seus atributos, bons e maus. Uma diferença importante é que aqueles tinham poderes que estes não tinham e que poderiam não só lidar melhor com os revezes impostos pelo universo, incluindo os causados por outros deuses, mas servirem-se dos seres humanos, como instrumentos de diversão e exercício de poder. Todavia, não podiam tudo. Estavam sujeitos aos infortúnios, mesmo sendo imortais. Cada deus era caracterizado de modo plural e era invocado em função de características específicas, conforme as necessidades dos indivíduos e comunidades num dado momento.
Apolo, além de deus da beleza masculina era também o deus da luz solar, que a tudo iluminava e permitia a compreensão da ordem do mundo. Era o deus da razão. Tinha o dom da profecia e da inspiração artística, por isso liderava as Musas. Na mitologia talvez tenha sido a entidade que melhor representou o ideal da cultura grega da antiguidade: a busca de perfeição, através das ações humanas. Teria nascido na ilha de Delos, que se tornou local sagrado entre as ilhas Cíclades. Muitos lá iam buscar revelações apolíneas sobre como melhor se conduzirem diante de dificuldades que ameaçavam a estabilidade de suas vidas. Seu mais conhecido santuário, chamado de Oráculo de Delfos, foi um dos maiores centros de peregrinação da Europa e Oriente Próximo.
Apolo era tido como uma deidade capaz de restaurar tanto o bom senso dos homens quanto de recuperar os danos causados à natureza.
Era filho de Zeus com Leto, fruto de uma ligação “ilegítima”. Custou muito para nascer, devido à sabotagens de Hera, esposa de Zeus, que tentava sistematicamente impedir Leto de encontrar um lugar para dar à luz. Após grande esforço Apolo veio ao mundo. Como costuma acontecer com a razão.
Cabeça de Apolo – Museu Nacional Arqueológico de Nápoles
